Amar e cuidar dos animais é um dever, mas não os torna humanos — e fingir o contrário é negar a própria natureza

A obsessão em humanizar animais desvia a atenção dos problemas reais — inclusive daqueles que afetam os próprios bichos.
A onda do politicamente correto tem se tornado uma arma poderosa da esquerda na guerra cultural que molda a sociedade moderna.
Um exemplo claro e insidioso é a substituição da palavra "dono" por "tutor" para descrever quem cuida de um animal de estimação.
O que parece uma mera troca de termos é, na verdade, uma estratégia deliberada de reengenharia linguística, inspirada em táticas progressistas que buscam desconstruir a realidade, confundir responsabilidades e impor uma visão ideológica que ameaça a clareza e a liberdade.
Armadilha linguística
Inspirando-se em estratégias descritas por autores que alertam para a subversão da linguagem como ferramenta de controle cultural, a substituição de "dono" por "tutor" revela um padrão claro: o progressismo manipula palavras para redefinir a realidade.
Como já dizia Orwell, quem controla a linguagem controla o pensamento.
Ao trocar "dono" por "tutor", cria-se uma narrativa que não apenas humaniza animais de forma exagerada, mas também dilui a responsabilidade inerente à posse.
Um dono é legalmente e moralmente obrigado a responder pelo animal — de danos causados a terceiros a garantir seu bem-estar.
"Tutor", por outro lado, sugere uma relação vaga, quase assistencial, que pode abrir brechas para a negligência.
Num país onde 30 milhões de cães e gatos vivem abandonados, segundo a OMS, essa romantização é um tiro no pé.

Fábio Pozzebom/Agência Brasil
Confusão jurídica
No direito, "tutor" refere-se a quem representa um incapaz, como uma criança.
Aplicar esse termo a animais, que não possuem direitos equiparáveis, é uma distorção que pode gerar absurdos legais, como demandas por "guarda compartilhada" de pets ou até benefícios sociais para animais.
Essa confusão não é acidental; é parte de uma agenda que, sob o pretexto de empatia, erode a lógica e a ordem social.
Mais grave ainda é o autoritarismo embutido nessa imposição.
O patrulhamento linguístico, tão bem descrito no artigo de referência, transforma "dono" numa palavra quase ofensiva.
Quem a usa é ridicularizado ou "cancelado", num processo que reprime a liberdade de expressão e cria uma cultura de autocensura.
Esse é o modus operandi dos revolucionários: sob a bandeira da sensibilidade, impõe-se uma ortodoxia verbal que sufoca o debate e aliena as pessoas.
A linguagem é uma arma para desarmar a resistência cultural, e "tutor" é apenas um dos muitos termos que servem a esse propósito.
Por fim, essa obsessão com eufemismos desvia a atenção de problemas reais.
Enquanto gastamos energia debatendo palavras, questões como o tráfico de animais, a superpopulação de rua e a impunidade de maus-tratos seguem sem solução.
A sociedade é distraída por batalhas simbólicas, enquanto os animais, que a esquerda diz defender, continuam sofrendo.
É nosso dever resistir à subversão da linguagem
A substituição de "dono" por "tutor" não é um capricho inofensivo; é um ataque à clareza, à responsabilidade e à liberdade, parte de uma guerra cultural que usa a linguagem para reescrever a realidade.
A manipulação verbal é uma tática para impor ideologias e controlar mentes.
Chega de ceder a eufemismos que confundem e desresponsabilizam!
Ser dono de um animal é uma relação de compromisso, amor e dever — e chamar as coisas pelo nome é o primeiro passo para resistir a essa tirania disfarçada de bondade.
Que tal começarmos dizendo "não" a "tutor" e exigindo foco no que realmente importa: o bem-estar dos animais e a sanidade da sociedade?
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