Pequim acusa Washington de desestabilizar economia global, enquanto EUA defendem tarifas como proteção de interesses nacionais

Partido Comunista Chinês. Foto: Reprodução
A China anunciou a convocação de uma reunião informal do Conselho de Segurança da ONU, agendada para a próxima quarta-feira (23), com o objetivo de acusar os Estados Unidos de práticas de “intimidação” e de prejudicar a economia global.
A iniciativa, que ocorre em meio a uma escalada na guerra comercial entre as duas potências, é uma resposta às novas tarifas impostas pelo presidente Donald Trump sobre produtos chineses, medidas que Washington defende como necessárias para proteger os interesses econômicos americanos.
Em uma nota conceitual enviada aos 193 Estados-membros da ONU, Pequim critica o “unilateralismo” dos EUA, alegando que as tarifas violam as regras do comércio internacional e geram “turbulências graves” na economia mundial.
O documento afirma que as ações americanas lançam “uma sombra sobre os esforços globais para a paz e o desenvolvimento”, afetando especialmente as nações em desenvolvimento.
A China busca, com a reunião, galvanizar apoio internacional para sua narrativa de vítima das políticas protecionistas dos EUA.
As tarifas impostas por Trump, embora polêmicas, são defendidas pelo governo americano como uma resposta legítima a décadas de desvantagens comerciais, visando equilibrar a balança econômica e proteger empregos nos EUA.
“Estamos apenas nivelando o campo de jogo”, declarou um porta-voz da Casa Branca recentemente.
O contexto da convocação também reflete desafios mais amplos para a China. Enquanto Pequim tenta se posicionar como líder em fóruns multilaterais, os EUA têm adotado uma abordagem mais pragmática, priorizando interesses nacionais.
Propostas de cortes no financiamento de missões da ONU e no UNICEF, por exemplo, sinalizam uma reavaliação do papel americano em iniciativas globais (e globalistas), mas também abrem espaço para que a China tente preencher esse vácuo diplomático.
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