Ex-presidente lamentou episódio em que deputada apontou arma para eleitor de Lula e responsabilizou a aliada pela perda de votos em São Paulo
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi responsável pela derrota de sua coalizão nas eleições de 2022.
A declaração foi feita durante uma entrevista ao podcast Inteligência Ltda. nesta terça-feira (24), e rapidamente repercutiu nas redes sociais.
"A Carla Zambelli tirou o mandato da gente", disse Bolsonaro.
O ex-presidente referiu-se ao episódio de outubro de 2022, quando Zambelli sacou uma arma e perseguiu um homem pelas ruas de São Paulo, na véspera do segundo turno.
“Aquela imagem, da forma com que foi usada, a Carla Zambelli perseguindo o cara. Aquilo teve gente falando: ‘olha, o Bolsonaro defende o armamento’. Mesmo quem não votou no Lula, anulou o voto. A gente perdeu. São Paulo estava bem, né?” questionou Bolsonaro.
“A gente estava com 20 pontos [de vantagem]”, respondeu o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que também participou da entrevista.
Deputada corre risco de prisão
Enquanto Bolsonaro revisita os eventos de 2022, Zambelli enfrenta um julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que pode resultar em sua condenação.
A deputada responde por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal com emprego de arma, justamente pelo episódio em que perseguiu o jornalista Luan Araújo armada.
Até o momento, cinco ministros do STF já votaram pela condenação, incluindo o relator do caso, Gilmar Mendes.
Ele propôs uma pena de 5 anos e 3 meses de prisão em regime semiaberto, além da perda definitiva do mandato parlamentar.
Os ministros Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin acompanharam o voto do relator.
O julgamento foi suspenso após um pedido de vista do ministro Nunes Marques, que solicitou mais tempo para analisar o processo.
No entanto, ministros que ainda não votaram podem registrar seus votos até o prazo final do julgamento.
Se mais um ministro votar pela condenação, forma-se a maioria necessária para que Zambelli seja considerada culpada.
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