Branca de Neve de 2025: Tradição sacrificada no altar da modernidade

Rachel Zegler é feminista convicta e afirma que o remake revoluciona um dos maiores contos de fadas da história.
Desde 1937, Branca de Neve tem sido sinônimo de romantismo e inocência, a primeira princesa da Disney eternizada com sua pele alvíssima e cabelos negros.
Agora, em 2025, o live-action “Branca de Neve”, com Rachel Zegler e Gal Gadot, estreia no Brasil em 20 de março, mas o que era para ser uma celebração virou um ataque à tradição.
Entre anos digitais e uma princesa que rejeita o amor, o filme reflete uma Hollywood que parece mais interessada em pregar ideologias do que em contar histórias .
Vamos aos fatos que estão revoltando os fãs:
1. Rachel Zegler
A escalada de Rachel Zegler, uma jovem de 23 anos com raízes colombianas, para o papel de Branca de Neve não caiu bem entre os fãs do original.
A princesa de 1937, criada por Walt Disney como um símbolo de beleza europeia, agora é interpretada por uma atriz latina feminista.

Rachel Zeglermostra skincare diário em vídeo compartilhado em suas redes sociais.
O ataque ao príncipe e ao amor verdadeiro
Rachel Zegler não ajudou a sorrir os ânimos com suas declarações.
Em entrevista, ela chamou o filme original de "datado" e criticou o príncipe, dizendo que ele "perseguia" Branca de Neve.
"Ela não vai sonhar em ser salva por um príncipe, nem com amor verdadeiro. Vai sonhar em ser um líder", afirmou.
A atriz promove uma troca do encanto clássico romântico por um discurso feminista que altera completamente o sentido da história.
O estopim: Peter Dinklage e a questão dos anões
Tudo começou em 2022, quando Peter Dinklage, conhecido por “Game of Thrones” e ele próprio uma pessoa com nanismo, criticou a Disney em uma entrevista ao podcast “WTF with Marc Maron”.
"Eles estão orgulhosos de escalar uma atriz latina como Branca de Neve, mas ainda contam a história de 'Branca de Neve e os Sete Anões'. Você é progressista de um lado, mas faz uma história retrógrada sobre sete anos vivendo numa caverna. Que p**** é essa que está fazendo?".
Para Dinklage, manter os anões reforçava estereótipos ultrapassados sobre pessoas com nanismo, algo que ele, como militante da causa, viu como um passo atrás.
A resposta da Disney foi trágica e, para muitos, até engraçada — mas de um jeito triste.
Mandaram embora os atores, incluindo um com nanismo, que foram escalados para os papéis dos sete anos. Isso mesmo!
Um porta-voz anunciou que o filme adotaria “uma abordagem diferente” para evitar os estereótipos do conto dos Irmãos Grimm e da animação original. Uma solução? Substitua os atores por "criaturas mágicas" feitas em computação gráfica (CGI).
O trailer de 2024 revelou esses anos digitais, que, segundo o produtor Marc Platt, foram desenhados para manter o visual clássico enquanto os inseriam num "mundo mágico" — uma floresta onde foi realizada há centenas de anos.
Mas o que era para ser uma correção virou um insulto: além de apagar a chance de atores reais brilharem, o CGI inicial foi tão mal recebido que gerou dislikes acumulados no YouTube, forçando ajustes caros.

Atores que interpretariam "criaturas mágicas", substituindo os Sete Anões, foram dispensados após decisão de incluir anões em CGI. Foto: Reprodução
Um conto de fadas sem alma?
A decisão dos anões em CGI não irritou apenas os fãs que queriam fidelidade ao original, mas também a comunidade de atores com nanismo, que viram oportunidades de trabalho evaporarem.
Enquanto Zegler reescreve Branca de Neve como uma "líder moderna" feminista, a Disney gastou milhões — o orçamento chegou a US$ 269,4 milhões, segundo a Forbes — para criar um filme desconectado do que fez o clássico funcionar: personagens reais, emoção genuína e uma história simples sobre amor e humildade.
Com a agenda woke em baixa após a eleição de Trump em 2024 e remakes criticados como “A Pequena Sereia” (2023), “Branca de Neve” de 2025 é mais um sinal de que Hollywood perdeu o barco.
A bilheteria pode até surpreender, com variação de 50 a 56 milhões de dólares na estreia nos EUA, mas para os conservadores, o preço é alto demais: "Branca de Neve e os Sete Anões" sem príncipe, sem anões de verdade e, pior, sem alma.
Adicionar comentário
Comentários